Ciborgues indígen@s.br: a presença nativa no ciberespaço

Série Galileo

Eliete Pereira

ANNABLUME, 2012

De toda essa embrulhada o pensamento dele sacou bem clarinha uma luz: Os homens é que eram máquinas e as máquinas é que eram homens. Macunaíma deu uma grande gargalhada. (Mário de Andrade. Macunaíma. Rio de Janeiro: MEDIAfashion, 2008, p. 44)

Em 1928, Mário de Andrade antecipou na ficção o que se tornou uma realidade concreta no final do século XX, a fusão entre homens e máquinas, a indistinção de ambos. É notável que não sejam mais heróis indígenas imaginários a rirem dessa realidade contemporânea, mas índios reais que se fundem às máquinas para ocupar o ciberespaço da Internet e aí criarem novas formas de expressão cultural e política.

O registro desta presença indígena no ciberespaço é o que nos apresenta esta obra. Aqui a figura do “ciborgue” expressa para os povos indígenas uma nova condição nativa atravessada por softwares e hardwares, sistemas informativos e fluxos comunicativos. Elementos constituintes de um protagonismo indígena adquirido nas tramas hipertextuais do ciberespaço e que permitem a retomada dos meios de produção de suas próprias etnicidades e subjetividades face aos não-índios.

Este livro interessará a um público amplo e diversificado, precisamente aquele que reconhece nos meios de comunicação digitais um meio para expressar novas formas de expressão cultural e participação política. Torna-se imperativa a compreensão desses fenômenos e os significados que eles aportam para o mundo contemporâneo, não somente pela escala global de comunicação que eles tornam possível, mas pela transformação multilocal das identidades que eles põem em contato, engendrando novos seres reais e hiperreais. (Cristhian Teófilo da Silva) 

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